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Poemas de Anne Lee Tzu Pheng

Singapura

Poemas de Anne Lee Tzu Pheng

Maria S. Mendes

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Anne Lee Tzu Pheng é uma das poetisas pioneiras de Singapura. A sua poesia foi premiada inúmeras vezes, tendo recebido, por exemplo, o Singapore Cultural Medallion (1985), S.E.A. WRITE Award (1987), Gabriela Mistral Award (Chile, 1995), Montblanc-CFA (Centre for the Arts) Literary Award (1996), e o Singapore National Book Development Council Award for Poetry (três vezes). Os seus poemas espirituosos têm um tom simples, alheios ao que, por algum tempo, foi a necessidade de escrever um género de poesia nacionalista. A poetisa recorre a experiências e eventos do dia-a-dia para desenvolver uma poética que, como escreve Gwee Li Sui, não é pública nem solipsista, o que também explica por que entre a geração mais nova “estimados poetas em Singapura a considerem uma influência.” Sentimo-nos honrados por Anne Lee Tzu Pheng ter amavelmente acedido a responder às nossas perguntas e ter-nos dado permissão para publicar ‘Grimm story’ e ‘Singapore River’.


Rio Singapura, traduções de Ana Castro

 

A operação foi extensa;
tratava-se de dar vida nova 
à senhora de idade.
Limpámos as artérias, extraímos
depósitos e sedimentos, 
fizemos um by-pass
para o sangue velho.
Agora quase não se consegue contar
a sua história.

Apurámos tanto 
a consciência da saúde
que o coração
pode por vezes ser problemático.

 

Singapore River, Anne Lee Tzu Pheng

 

The operation was massive;
designed to give new life
to the old lady.
We cleaned out
her arteries, removed
detritus and silt,
created a by-pass
for the old blood.
Now you can hardly tell
her history.

We have become
so health-conscious
the heart
can sometimes be troublesome

Lee Tzu Pheng, ‘Singapore River,’ The Brink of An Amen. Singapore: Times Books International, 1991. 

 


Conto de Grimm

Porque é que contamos estes contos aos meninos, 
que crescem para um dia perceber 
que não há poção mágica para deixar de sofrer 
nem castelos à espera no fim do caminho
e o Príncipe Encantado é um sapo?

Voltar a encontrar estes valentes filhos
a quem a sorte madrasta nunca intimidou,
bondosos monstros, mortos-vivos, 
que veem com profunda ansiedade
como a própria vida recuou,
por pudor de confessar quão poucas
destas coisas são verdade?

E contudo, transmitem-nos pureza
pedindo em troca apenas devoção 
concedem uma espécie de crença
para resgatar uma perdida ilusão. 

mesmo sabendo que não seremos heróis,
mesmo ficando lenhadores e cisnes;
e que alguns, condenados, 
morramos à fome nas nossas casinhas de chocolate
e devoremos os nossos filhos. 

Grimm Story 

Why do we tell these tales to children 
who grow to find one day 
no magic herb to heal their hurt, 
nor castles waiting down the road 
and Prince Charming isa toad?

Meeting again these stalwart sons 
whom fortune's malice never deterred, 
kind-hearted beasts, the dead returned, 
who but must view with deep concern 
how even life will turn away 
in shame to confess how few 
of these things are true?  

Yet they offer us something pure 
asking simple devotion, 
provide a pattern of belief  
for regaining a lost vision;  

though we know we can never be heroes, 
though we remain clodhoppers and goose-girls; 
and some of us, unredeemed, 
starve in our candied houses 
and devour our children. 

Anne Lee Tzu Pheng, ‘Grimm Story,’ 

https://www.lyrikline.org/en/poems/grimm-story-13025


 Anne Lee Tzu Pheng é professora jubilada de Literatura Inglesa da Universidade Nacional de Singapura. Ganhou inúmeros prémios pela sua poesia, incluindo o Singapore Cultural Medallion (1985), S.E.A. WRITE Award (1987), Gabriela Mistral Award (Chile, 1995), Montblanc-CFA (Centre for the Arts) Literary Award (1996), e o Singapore National Book Development Council Award for Poetry (três vezes).  Tem sete colectâneas de poesia, um livro de ensaios e um livro paradesenvolver nas crianças a aptidão para a leitura. Tem sido publicada e estudada internacionalmente. Alguns dos seus poemas foram transformados em música. Foi mentora de muitos dos escritores mais novos de Singapura. 

Ana Castro tinha 10 anos no 25 de Abril. Trabalha nas obras.